domingo, 17 de junho de 2012

   EU SOU MEIO

                   Eu sou meio Gita, meio Frida, meio que calo.
                   Sou meio Maysa, meio Garbo, meio que falo.
                   Eu sou meio Carmem, meio Marta, meio que basto.
                   Sou meio aranha, meio Natasha, meio que mato.
                   Eu sou meio corpo, meio talento, meio que danço.
                   Sou meio universo, você completa o resto, meio que canto.
                   Eu sou meio Mona, meio Lisa, meio Minelli.
                   Sou meio Brida, meio Rita, se duvidar confere.
                   Eu sou meio Ella, meio Nina, meio Simone.
                   Sou meio Adélia, meio Cecília, meio Pavoni.
                   Eu sou meio Tizuka, meio puta, meio Marrom.
                   Sou meio Angela, meio Joana, meio mãe, o meu dom.
              Quando estamos diante de algo ou de alguém que é absolutamente precioso na nossa vida, a gente sabe, mesmo que sem muita clareza no início, a nitidez às vezes só costuma florir no tempo da primavera do olhar.
               A gente sabe porque sente com uma sinceridade tão profunda que qualquer nuvem de dúvida dura pouquíssimo no céu de azul macio que acontece nesse território da alma.
               A gente sabe porque o sentimento nos pega pela mão e nos leva para um lugar de paz tão singular que, se formos honestos , reconhecemos ter visitado raras vezes nas nossas andanças.
               A gente sabe porque sente ter sido despertado em nós um entusiasmo que nos enche de vontade de fazer expandir a nossa bondade e transformá-la em gestos amorosos pra distribuir por aí.
               A gente sabe porque o coração também sai de casa pra sorrir e quer convidar outras tantas vidas pra sorrir junto.
               A gente sabe porque não consegue mais imaginar que o nosso caminho desaprenda a passar por lá, mesmo que precise aprender a desaprender depois.
               A gente sabe porque se sente feliz. Simplesmente feliz.